O parafuso que faltava
13.4.05
Porque caíu o Governo
"O Governo caíu porque Santana Lopes tinha um défice de... masculinidade", aponta Bagão Félix.
Carlos Carvalhas apontou que o governo de Santana caíria, porque Santana não tratava dos seus assuntos como se faz no PCP, de punho erguido e manga arregaçada.
Paulo Portas exclama que os ataques da esquerda radical não são para ser ouvidos. O problema do governo e da coligação era mesmo devido à masculinidade, infelizmente pequena, de Santana.
Durão Barroso afirma que, para o governo não cair, bastava apenas Santana ter ido lá com o dedo uma vez ou outra.
Donald Rumsfeld afirma, perante um Paulo Portas curioso, que Bush não caíu, nem cairá, porque tem um trunfo na manga... das calças.
Notícia de última hora: Mulher casa com homem por amor (e não pelo dinheiro dele).
4.4.05
Métodos quânticos avançados de minimização temporal da espera em filas de bilheteiras
Este não é o título de uma tese de Doutoramento, embora hajam umas por aí bastante interessantes. Também não é o nome de uma cadeira da alta roda Universitária. É talvez um artigo que nos dias quentes poderá ser um concorrente ao equivalente matemático dos prémios Ig Nobel da física.
A teoria de tempos de espera sofreu um grande avanço no início dos anos 50 do século XX, lá pelas 20:20 do dia 7 de Abril num ano que agora não me lembro. O matemático Sino-Soviético Tiredof Wai Ting descobriu que a quantidade de tempo média que uma pessoa espera numa fila tem a ver com o tipo de pessoas que compram bilhetes (fazendo a suposição de que se encontram numa posição mais próxima do guichet) multiplicado por alguns factores que dependem do contexto espacio-temporal. A fórmula que Wai Ting derivou é considerada ainda hoje uma das mais elegantes nesta área e também na área do custo médio da velocidade de empacotamento de latas de sangacho de atum.
Do princípio: vamos supor que numa fila há N pessoas à nossa frente, cada numa descrita por ni. O indíce i tem apenas a ver com a numeração, isto é, a ordem das pessoas desde o guichet até nós. É óbvio que a soma de todos os ni até nós dá N. Para cada ni existe um conjunto de parametros cujo resultado se situa entre t0 e +infinito. Um dos grandes trunfos desta teoria foi a introdução de t0, parâmetro que impede a conhecida catástrofe ultra-bilhêtica, pelos mesmos motivos que a equipartição de estados evita a catátrofe Ultra-Violeta.
Os seguintes exemplos serão dados para aquisição de bilhetes em comboios, visto que o último estudo de referência foi realizado na Gare do Oriente.
Os parametros (variáveis e independentes entre si) de cada pessoa são:
- si: coeficiente de Sadismo para cada pessoa. Pessoas com um coeficiente de sadismo elevado fazem pedidos estúpidos, pedem para lhes explicar tudo 4 e 5 vezes, e há quem defenda que têm prazer sexual em comprar bilhetes com trajectos complicadíssimos em horas de ponta (sextas especialmente). Normalmente não embarcam nas viagens. Pessoas com um coeficiente baixo limitam-se a frases como "Boa tarde, é um regional para Santarém." e têm quantia certa.
- ai: coeficiente de Atraso (também conhecido como mcbuhi: Mania de Comprar o Bilhete à Última da Hora). Normalmente (sim, segue uma distribuição normal), quanto mais atrasados estamos para o comboio mais difícil será comprar bilhete. Certos físicos defendem que se chegarmos à fila num instante de tempo infinitesimamente pequeno antes do comboio partir, todas as leis físicas locais se quebrarão o que resultará num colapso gravitacional: um buraco negro.
- ki: coeficiente de Tipo. Este é parâmetro intrinseco que é obtido experimentalmente. Ainda não há derivação credível para este factor. Assim para cada tipo de pessoa este parâmetro é: Universitárias: 1. As universitárias e o conjunto seguinte compreendem o grosso da população ferroviária. Os universitários andam de carro, porque a larga maioria dos pais Portugueses não dão carros às filhas. Forças Armadas: 3,5. Como a maioria são grunhos e/ou um compra bilhetes para o seu batalhão demoram bastante tempo. Africanos: 4. Não se sabe porquê, a alta tecnologia acústica dos guichets consegue converter o sotaque de uma frase como "Um regional para Santa Apolónia" em "Frique, frique, não vacila, dá-lhe!". Idosos: 7. Não vale a pena explicar este. Estrangeiros(residentes ou não em Portugal): 5. O sotaque é sem dúvida uma barreira universal e normalmente quem está a vender bilhetes percebe apenas Português e mal. Betos: 0 excepto em Alfas, neste caso 5. Só andam em luxo para mostrar que podem. Como não estão habituados a andar de comboio atrapalham-se. Políticos: 1000000. Não sabem para onde querem ir.
Após a derivação deste fórmula Wai Ting passou a andar mais a pé.